quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Não quero saber do lirismo que não é libertação

      Essa semana eu decidi me engajar. Entrei numa comunidade no Orkut e na segunda-feira saí pra rua com mais 150 malucos que também estavam a fim de fazer alguma coisa. Até aí tudo bem, se minha cidade não tivesse mais de um milhão de habitantes. Se a causa fosse a proteção das baleias de barriga verde eu entenderia a falta de gente. Mas, galera, nós queríamos chamar atenção para a educação brasileira (ou a falta dela, se preferir definir desse jeito).
     
      Depois de andar bastante pelo centro da cidade, o sol na cabeça me fez pensar sobre o porquê da falta de interesse. A comunidade reunia aproximadamente 1000 membros e só 15% deles compareceram. E só uma palavra veio me justificar essa omissão: egoísmo! Gente que não saiu de casa por preguiça, porque a mãe achou perigoso, porque professores orientaram a atitude bunda-mole, tem aos montes. Todas essas desculpas mascaram o egoísmo e a ignorância dessa geração. Que mal faz se doar uma tarde no ano inteiro em prol da educação? Ouvi também, inclusive várias vezes, a frase: "Eu não! Vou é estudar!" Estas palavras seriam louváveis nas CNTP, mas elas vinham cheias de revanchismo, transpiravam competição! O "EU" em detrimento do "NOS" tomou a frente.

       É uma pena viver nesses anos, com essa juventude tão bestializada. Não sou contra a cultura de massa. Consumo até com bastante frequência. Só que apenas ela não é o suficiente! Uma geração cujos ídolos são Restart, Justin Bieber e Felipe Neto é pra se foder! A mensagem que eles passam é completamente fugaz, fútil, inútil. Ninguém mais quer ter o trabalho de pensar politicamente. Nem ao menos o fetiche de um protesto na rua, de tomar a cidade em seus pés, faz algum jovem desligar a MTV.

       Estou crescendo e aprendendo a ser cidadã. Esse ano eu faço 18, então, vou ter todos os meus direitos e deveres ratificados. Eu me recuso a não usá-los. Recuso-me a ser mais uma adolescente lobotomizada pelas mídias. Recuso-me a não ter opinião. Recuso-me e, mais uma vez repito: RECUSO-ME! E se você também é jovem, deveria considerar a opção de ser cidadão ativo. Às vezes faz bem pra alma, sabe...