segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Hearts on fire...
      Um dia um menino chegou para me dizer que estava apaixonado. Bem de surpresa ele soltou a língua e me disse que estava apaixonado. Na hora eu não quis me intrometer. Pensei que se ele quisesse falar mais, ele continuaria falando. Pareceu que ele também ficou tão chocado quanto eu fiquei. Os motivos eram diferentes, obviamente. Ele por ter libertado aquele fato gigante e tão pequeno, ao mesmo tempo, de intimo e secreto. Eu, por ter ouvido tamanha confissão. A gente anda por ai ouvindo muitas coisas todos os dias. O som da urbe (com seus carros, obras, pessoas falastronas, cachorros latindo...), o som planejadamente reproduzido pelo music player, conversa de amigos... Mas ouvir a paixão do menino que chegou de surpresa? A gente nunca ta preparado!

      Aí eu me peguei pensando: Como deve ser ficar apaixonado? Mas não o amorzinho dispensado homeopaticamente. AMOZÃO, mesmo. Como será se sentir tão cheio a ponto de ter a necessidade de espalhar pra todos que está amando? Amigos, essa parada deve ser muito dura. Muitíssimo, diria eu. Eu vi nos olhos daquela criatura a alma balançada. NOSSA SENHORA DOS APAIXONADOS! Cuidai deste menino!

      Eu ainda não sei o que vou fazer com essa informação, só sei que precisei contá-la. Esses fatos pequeninos que fazem nossa cabeça querer trabalhar, não é todo dia que aparecem. Vou continuar maturando até ficar satisfeita. Como essas coisinhas prosaicas cutucam a gente, né?!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Não quero saber do lirismo que não é libertação

      Essa semana eu decidi me engajar. Entrei numa comunidade no Orkut e na segunda-feira saí pra rua com mais 150 malucos que também estavam a fim de fazer alguma coisa. Até aí tudo bem, se minha cidade não tivesse mais de um milhão de habitantes. Se a causa fosse a proteção das baleias de barriga verde eu entenderia a falta de gente. Mas, galera, nós queríamos chamar atenção para a educação brasileira (ou a falta dela, se preferir definir desse jeito).
     
      Depois de andar bastante pelo centro da cidade, o sol na cabeça me fez pensar sobre o porquê da falta de interesse. A comunidade reunia aproximadamente 1000 membros e só 15% deles compareceram. E só uma palavra veio me justificar essa omissão: egoísmo! Gente que não saiu de casa por preguiça, porque a mãe achou perigoso, porque professores orientaram a atitude bunda-mole, tem aos montes. Todas essas desculpas mascaram o egoísmo e a ignorância dessa geração. Que mal faz se doar uma tarde no ano inteiro em prol da educação? Ouvi também, inclusive várias vezes, a frase: "Eu não! Vou é estudar!" Estas palavras seriam louváveis nas CNTP, mas elas vinham cheias de revanchismo, transpiravam competição! O "EU" em detrimento do "NOS" tomou a frente.

       É uma pena viver nesses anos, com essa juventude tão bestializada. Não sou contra a cultura de massa. Consumo até com bastante frequência. Só que apenas ela não é o suficiente! Uma geração cujos ídolos são Restart, Justin Bieber e Felipe Neto é pra se foder! A mensagem que eles passam é completamente fugaz, fútil, inútil. Ninguém mais quer ter o trabalho de pensar politicamente. Nem ao menos o fetiche de um protesto na rua, de tomar a cidade em seus pés, faz algum jovem desligar a MTV.

       Estou crescendo e aprendendo a ser cidadã. Esse ano eu faço 18, então, vou ter todos os meus direitos e deveres ratificados. Eu me recuso a não usá-los. Recuso-me a ser mais uma adolescente lobotomizada pelas mídias. Recuso-me a não ter opinião. Recuso-me e, mais uma vez repito: RECUSO-ME! E se você também é jovem, deveria considerar a opção de ser cidadão ativo. Às vezes faz bem pra alma, sabe...